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  • Foto do escritorLarissa Santos

Perigo na tigela: toxinas fúngicas na alimentação de pets


Você sabia que as toxinas de fungos podem estar presentes em muitos alimentos, inclusive na alimentação do seu pet? 


As toxinas produzidas por fungos são chamadas micotoxinas, as mais comuns na alimentação animal, principalmente no nosso pais são as aflatoxinas, produzidas pelos fungos do gênero Aspergillus, sendo que a sua ingestão pode ser letal ao pet. Os sinais de intoxicação em geral dependem da dose, do tempo de exposição, da espécie, da raça e do estado nutricional, sendo tanto cães quanto gatos suscetíveis a esse tipo de intoxicação, além de outros animais.


A presença das aflatoxinas estão principalmente descritas em alimentos que são derivados de milho e outros grãos como quirela, polenta, canjica, além de farelo de amendoim, arroz e em algumas situações em rações comerciais. Essa proliferação ocorre devido a condições favoráveis de temperatura e umidade para alguns fungos, que são os produtores destas toxinas. Em climas tropicais e subtropicais, como no Brasil, onde as temperaturas essa umidade elevadas favorecem o desenvolvimento de fungos produtores de micotoxinas, essa contaminação é comum e ocorrem, especialmente, devido ao mal armazenamento desses alimentos e de rações, que podem ficar umedecidas em local quente, propiciando o crescimento de mofos, que são fungos, muitos deles podem ser produtores dessas micotoxinas.

Os quadros de intoxicação podem ser agudos ou crônicos, os casos agudos são aquele em que o animal ingere uma grande quantidade de alimento contaminado e logo apresentam alterações compatíveis ao quadro, sendo esses casos mais frequentes e fatais, os animais acometidos podem apresentar perda de apetite, desidratação, ocorre lesões no fígado o que leva a icterícia (mucosas amareladas), acúmulo de líquido abdominal, vômito e diarreia com sangue, entre outros. Esse quadro pode ser confundido com algumas doenças infecciosas, como, por exemplo, a hepatite infecciosa canina. Já os quadros crônicos, ocorrem quando o animal ingere uma menor quantidade do alimento contaminado por um longo período; portanto, fica muito difícil que se perceba algum sinal que indique a intoxicação, tornando o diagnóstico durante o transcorrer da intoxicação muito difícil. Assim, quando há a manifestação da doença, esses animais geralmente são hospitalizados com um quadro irreversível de cirrose hepática. Mas, felizmente, a intoxicação crônica é pouco comum.


Existem maneiras de evitar esse tipo de contaminação, e, sem dúvidas, podemos ter um papel fundamental na prevenção desta intoxicação que é justamente realizar um adequado armazenamento da ração e outros alimentos que serão oferecidos ao seu pet. É importante realizar a boa higienização dos comedouros do animal, de maneira que não se acumule restos de alimentos, pois, como dito, podem criar condições para a proliferação de fungos e, para concluir, evite que seu animal de estimação tenha acesso a lixeiras e outros ambientes com alimentos descartados. Esses pequenos atos podem proteger o seu amiguinho.


Se você tiver alguma pergunta ou sugestão para futuros artigos, sinta-se à vontade para compartilhá-la conosco. Adoraríamos ouvir sua opinião e atender às suas necessidades. Até o próximo post!


Escrito por: Larissa Silva Santos



Referências


GOMES, Angelita dos Reis et al. Aflatoxicose em cães na região Sul do Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 34, p. 162-166, 2014.


GUTERRES, Karina et al. Surto de aflatoxicose aguda em cães no município de Pelotas/RS. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 37, p. 1281-1286, 2017.


BAHNIUK, G. et al. Micotoxinas e micotoxicoses em cães. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, São Paulo, v. 19, n. 1, 2021, e38135. DOI: https://doi.org/10.36440/recmvz.v19i1.38135 .


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