Atualmente o Brasil se enquadra em um novo status de doença com os crescentes aumentos de casos de Dengue, uma das maneiras mais importantes de prevenção dessa enfermidade é o uso de repelentes para proteger toda a família, mas será que isso também se aplica aos pets?
NÃO, os animais não são capazes de contrair a dengue, por isso não é necessário a utilização de repelentes de uso humano neles, ao contrário da proteção esses compostos podem apresentar riscos aos nossos amigos de quatro patas, como intoxicações graves. Contudo, o Aedes Aegypti pode picar os animais domésticos e transmitir outro tipo de doença, a chamada dirofilariose, conhecida popularmente como verme do coração, mas para a prevenção existem estratégias e inseticidas específicos para os animais.
Quais os principais componentes que levam ao quadro de intoxicação?
A dose tóxica pode variar para cada composto e espécie animal, por isso é importante atenção ao utilizar qualquer produto desse tipo, principalmente aqueles à base de organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides que são os mais utilizados para controle da população de insetos e são os principais responsáveis por intoxicações na rotina clínica veterinária de pequenos animais.
Como ocorre esse tipo de intoxicação?
O uso de spray para mosquitos e pernilongos em ambientes com a presença de animais devido ao contato através das vias inalatórias, pode levar a quadros de intoxicação ou reações alérgicas severas, além disso a absorção oral ou contato com a pele também pode gerar reações importantes nos animais domésticos.
A maioria dos inseticidas são facilmente absorvidos por todo o corpo do animal, principalmente pelo trato gastrointestinal, pele, olhos e pulmão, assim por exemplo a inalação deste produto no ambiente por um cão ou gato pode gerar uma rápida absorção levando a alterações importantes no organismo, devido a rápida absorção pelo pulmão esses animais podem apresentar contração dos brônquios, reduzindo a passagem de ar pelas vias aéreas, acúmulo de líquido no pulmão, língua e mucosas com coloração azulada ou até um quadro de asfixia, bem como esses compostos têm vasto poder de ação no sistema nervoso, assim os animais podem apresentar agitação, tremores musculares, transtornos de visão e até convulsões.
Quando ocorre absorção oral, os pets costumam apresentar salivação excessiva, vômitos, gastrite, sensibilidade abdominal e diarreia. Em relação a contaminação através do contato com a pele eles podem apresentar dermatites levas a intensas, além de espirros e secreção nasal.
Formas de prevenir a picada de insetos nos pets e as intoxicações por repelentes
Como estratégia para a prevenção a picada de insetos nos animais você pode optar pelo uso de telas nas janelas, para evitar a entrada desses parasitas no ambiente, é importante também realizar a boa higienização nos potinhos de água e comida, evitando o acúmulo de água parada e outras partículas que possibilitem o surgimento de larvas. Também existem inseticidas específicos para aplicação direta no pelo do animal, além de coleiras que possuem compostos de ação repelentes e outras medicações preventivas, que podem ser consultadas com seu médico veterinário de confiança, além de outras dúvidas que tenham surgido em relação à saúde do seu pet.
Se você tiver alguma pergunta ou sugestão para futuros artigos, sinta-se à vontade para compartilhá-la conosco. Adoraríamos ouvir sua opinião e atender às suas necessidades. Até o próximo post!
Escrito por: Larissa Silva Santos
Referências:
MELO, Marília Martins; DE OLIVEIRA, Neide Judith Faria; LAGO, Luiz Alberto. Intoxicações causadas por pesticidas em cães e gatos. Parte I: Organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 5, n. 2, p. 188-195, 2002.
MELO, Marília Martins; DE OLIVEIRA, Neide Judith Faria; LAGO, Luiz Alberto. Intoxicações causadas por pesticidas em cães e gatos. Parte II: amitraz, estricnina, fluoracetado de sódio e fluoracetamida, rodenticidas anticoagulantes e avermectinas. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 5, n. 3, p. 259-267, 2002.
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